Chevrolet lança Spin com cinco ou sete lugares e substitui Meriva e Zafira de
uma só vez
Uma rápida comparação
entre a gama de modelos da Chevrolet neste ano e no início do ano passado gera
uma imediata surpresa. Desde o lançamento do Cruze, em setembro de 2011, quatro
outros carros totalmente novos foram apresentados pela marca norte-americana.
Uma renovação já revelada há tempos. E depois de modelos mais requintados, como
o próprio sedã médio e o Sonic, a Chevrolet aposta nos modelos familiares com a
chegada da nova Spin. Com visual e plataforma que seguem o padrão do sedã
Cobalt, com bastante espaço interno e um motor retrabalhado, ela aposenta Meriva
e Zafira de uma só vez. E passa a figurar sozinha entre as minivans da GM.
Desenvolvida inteiramente no Brasil, a Spin começa a ser vendida em
julho. Com o tempo, ela também será comercializada em outros países da América
Latina e até na Ásia – onde terá, inclusive, variação com volante na direita.
Por aqui, o foco é o segmento de familiares, hoje dominado por stations como
Volkswagen SpaceFox e Fiat Palio Weekend.
Para tirar de linha
Meriva e Zafira ao mesmo tempo, um dos principais apelos da Spin é exatamente a
versatilidade interna. Na versão de entrada, a LT, são tradicionais duas filas
de banco com cinco lugares. Já a topo de linha LTZ vem de série com a terceira
fileira, ligeiramente mais alta que as da frente, que abre espaço para outros
dois ocupantes. Sendo assim, o espaço para bagagens parte de 162 litros – com
sete lugares –, passa por 710 litros – com cinco – e atinge generosos 1.668
litros com as duas fileiras posteriores rebaixadas.
A recheada lista de
equipamentos também ajuda a justificar a aposentadoria das antigas familiares da
linha. De série, a Spin é bem equipada. Traz ar-condicionado, direção
hidráulica, airbag duplo, ABS, vidros e travas elétricas e banco do motorista
com ajuste de altura. A LTZ tem, além dos bancos extras, computador de bordo,
sensor de estacionamento, rack no teto e rádio/CD/MP3/Bluetooth.
Assim como a
plataforma, o desenho é derivado do Cobalt. A frente é curta e a grade e os
faróis são grandes. A linha de cintura é alta e a área envidraçada pequena – bem
menor que na Meriva, por exemplo. Os paralamas traseiros são pronunciados e as
pequenas lanternas são semelhantes às do Cobalt.
Na mecânica, a Chevrolet
teve de se virar com o que tem no Brasil – a fábrica da nova linha de motores da
marca em Joinville, Santa Catarina, deve ser inaugurada ainda esse ano. Dentro
da sua atual gama de propulsores, o mais indicado era o 1.8 Econo.Flex.
Entretanto, para conseguir uma curva de torque mais plana, a fabricante adotou
novos coletores de admissão e de escapamento. No final, potência e torque até
caíram em relação ao antigo motor da Meriva, mas a GM garante que 90% do torque
agora está disponível entre 2.500 e 4.700 rotações. A linha Ecotec, usada no
Cruze e no Sonic, é importada da Hungria e encareceria demais o modelo. Mas, com
sua provável produção na nova fábrica em Joinville, a história pode mudar já no
próximo ano. A transmissão pode ser feita por uma caixa manual de cinco
velocidades ou pela automática de seis relações que equipa Cruze e Sonic. Uma
solução moderna que tenta amenizar a atual falta de novidade sob o
capô.
Primeiras impressões
Algo de novo na praça
São
Paulo/SP – Não é preciso muito tempo ao volante para notar o óbvio apelo da
Spin junto aos taxistas. Nas ruas da capital paulista, foram eles que mais
torceram o pescoço para espiar o novo modelo da Chevrolet. Afinal, a Spin herda
a longa tradição da marca como fabricante de bons carros para o transporte de
passageiros. Modelos como Astra, Vectra, Zafira e Meriva fizeram longas
carreiras como favoritos das frotas de taxis. E, para fazer jus a tal linhagem,
o principal atributo do Spin é o porta-malas. Em qualquer versão e com qualquer
configuração de bancos, a Spin conta com um imenso espaço para bagagens. Rebater
e levantar os bancos também não é uma tarefa difícil. Basta puxar uma alça e
empurrar levemente o assento.
Os acessos são bons, facilitados pelas
portas amplas e com grandes ângulos de abertura. Entrar na terceira fileira
requer algum contorcionismo – melhor deixar tal tarefa para as crianças.O
problema é a impressão de que a GM tirou um pouco do espaço dos passageiros para
deixar mais para a bagagem. Não é que Spin seja apertada, mas para um carro
familiar, falta um pouco mais de área para os passageiros. Na segunda fileira
cabem no máximo dois adultos e uma criança. E qualquer um com mais de 1,80 m de
altura acaba roçando as pernas nos bancos da frente. O acabamento, dentro da
proposta do modelo, é mediano e sem grande pompa. Foram usados na grande maioria
dos revestimentos plásticos rígidos, mas os encaixes são precisos. As portas
recebem uma pequena parte de tecido igual ao dos bancos.
Em movimento, a Spin
desperta poucas emoções. A versão testada foi a LTZ – que deve responder por
metade das 3 mil vendas mensais que a GM projeta –, com o câmbio automático de
seis velocidades. Com três pessoas a bordo, qualquer manobra de ultrapassagem
precisa ser bem calculada. O motor 1.8 demora a ganhar giros e mesmo assim,
exibe força apenas correta para movimentar um veículo familiar deste porte. A
transmissão também parece não se dar muito bem com o propulsor. Na hora das
retomadas, com pisadas fundas, o sistema parece indeciso entre reduzir uma ou
duas marchas, o que significa perda de tempo no processo. Além disso, eleva
demais as rotações, inclusive para próximo do limite de giros. Em situações
normais, ao menos, o isolamento acústico é elogiável. Mesmo assim, a marca
espera que 20% das Spin comercializadas sejam com esse tipo de
transmissão.
A suspensão é calibrada
para ser confortável e também para conseguir aguentar o peso dos possíveis sete
ocupantes. Ao passar por buracos, o conjunto absorve boa parte dos solavancos e
mantém tudo em ordem no interior. Nas curvas, no entanto, a carroceria rola
consideravelmente. E quando a frente escapa um pouco, basta reduzir a aceleração
para trazer o modelo de volta à trajetória correta. Algo esperado em um carro
desta categoria.
A Spin também tenta agradar no bolso. A LT básica sai
por R$ 44.590 e pode alcançar os R$ 49.690 com todos os opcionais e o câmbio
automático. Na de sete lugares, a LTZ, o preço é de R$ 50.990 e chega a R$
54.690 na versão automática. Algo importante para manter o prestígio da GM na
praça, junto aos taxistas – que ainda contam com generosos benefícios
tributários para adquirir qualquer automóvel nacional. Se a nova minivan da
Chevrolet cair mesmo no gosto dos taxistas, só a substituição das imensas frotas
de Zafiras e Merivas já poderá render ótimos negócios para a marca.
Ficha técnica
Chevrolet Spin LT
(LTZ)
Motor: 1.796 cm3, bicombustível, quatro cilindros
em linha, dianteiro, longitudinal , duas válvulas por cilindro e comando simples
no cabeçote. Injeção multiponto sequencial e acelerador
eletrônico.
Transmissão: Câmbio manual com cinco marchas à frente e
uma a ré. Tração dianteira. Oferece câmbio automático de seis velocidades como
opcional.
Potência máxima: 108 cv e 106 cv a 5.400 rpm com etanol e
gasolina.
Torque máximo: 17,1 kgfm e 16,4 kgfm a 3.200 rpm com etanol e
gasolina.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 10,6 e 11,1 segundos (11,9 e 12,0
segundos com transmissão automática).
Velocidade máxima: 173 e 172
km/h (168 km/h e 167 km/h com câmbio automático).
Diâmetro e curso:
80,5 mm X 88,2 mm. Taxa de compressão: 10,5:1.
Suspensão: Dianteira
independente do tipo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores
telescópicos pressurizados e barra estabilizadora. Traseira semi-independente
por eixo de torção, barra estabilizadora, molas helicoidais e amortecedores
pressurizados.
Carroceria: Monovolume em monobloco com quatro portas
e cinco (sete) lugares. Com 4,36 metros de comprimento, 1,73 m de largura, 1,66
m de altura e 2,62 m de distância entre-eixos.
Peso: 1.202 kg (1.255
kg).
Capacidade do porta-malas: 710 litros ou 1.668 litros com os
bancos rebaixados.
Tanque de combustível: 52
litros.
Produção: São Caetano do Sul, São Paulo.
Lançamento:
2012.
Itens de série:
LT: Ar-condicionado, direção hidráulica,
ABS, EBD, airbag duplo, vidros e travas elétricas, ajuste de altura do banco do
motorista e rodas de 15 polegadas.
LTZ: Adiciona
rádio/CD/MP3/Bluetooth, computador de bordo, sensor de estacionamento e rack de
teto.
Por:
Rodrigo Machado /Autopress / Fonte: MotorDream