sexta-feira, 29 de junho de 2012

Teste: Nova Chevrolet Spin 2013

Chevrolet lança Spin com cinco ou sete lugares e substitui Meriva e Zafira de uma só vez


Uma rápida comparação entre a gama de modelos da Chevrolet neste ano e no início do ano passado gera uma imediata surpresa. Desde o lançamento do Cruze, em setembro de 2011, quatro outros carros totalmente novos foram apresentados pela marca norte-americana. Uma renovação já revelada há tempos. E depois de modelos mais requintados, como o próprio sedã médio e o Sonic, a Chevrolet aposta nos modelos familiares com a chegada da nova Spin. Com visual e plataforma que seguem o padrão do sedã Cobalt, com bastante espaço interno e um motor retrabalhado, ela aposenta Meriva e Zafira de uma só vez. E passa a figurar sozinha entre as minivans da GM.

Desenvolvida inteiramente no Brasil, a Spin começa a ser vendida em julho. Com o tempo, ela também será comercializada em outros países da América Latina e até na Ásia – onde terá, inclusive, variação com volante na direita. Por aqui, o foco é o segmento de familiares, hoje dominado por stations como Volkswagen SpaceFox e Fiat Palio Weekend.



Para tirar de linha Meriva e Zafira ao mesmo tempo, um dos principais apelos da Spin é exatamente a versatilidade interna. Na versão de entrada, a LT, são tradicionais duas filas de banco com cinco lugares. Já a topo de linha LTZ vem de série com a terceira fileira, ligeiramente mais alta que as da frente, que abre espaço para outros dois ocupantes. Sendo assim, o espaço para bagagens parte de 162 litros – com sete lugares –, passa por 710 litros – com cinco – e atinge generosos 1.668 litros com as duas fileiras posteriores rebaixadas.

A recheada lista de equipamentos também ajuda a justificar a aposentadoria das antigas familiares da linha. De série, a Spin é bem equipada. Traz ar-condicionado, direção hidráulica, airbag duplo, ABS, vidros e travas elétricas e banco do motorista com ajuste de altura. A LTZ tem, além dos bancos extras, computador de bordo, sensor de estacionamento, rack no teto e rádio/CD/MP3/Bluetooth.


Assim como a plataforma, o desenho é derivado do Cobalt. A frente é curta e a grade e os faróis são grandes. A linha de cintura é alta e a área envidraçada pequena – bem menor que na Meriva, por exemplo. Os paralamas traseiros são pronunciados e as pequenas lanternas são semelhantes às do Cobalt.
Na mecânica, a Chevrolet teve de se virar com o que tem no Brasil – a fábrica da nova linha de motores da marca em Joinville, Santa Catarina, deve ser inaugurada ainda esse ano. Dentro da sua atual gama de propulsores, o mais indicado era o 1.8 Econo.Flex. Entretanto, para conseguir uma curva de torque mais plana, a fabricante adotou novos coletores de admissão e de escapamento. No final, potência e torque até caíram em relação ao antigo motor da Meriva, mas a GM garante que 90% do torque agora está disponível entre 2.500 e 4.700 rotações. A linha Ecotec, usada no Cruze e no Sonic, é importada da Hungria e encareceria demais o modelo. Mas, com sua provável produção na nova fábrica em Joinville, a história pode mudar já no próximo ano. A transmissão pode ser feita por uma caixa manual de cinco velocidades ou pela automática de seis relações que equipa Cruze e Sonic. Uma solução moderna que tenta amenizar a atual falta de novidade sob o capô.
 
 
Primeiras impressões

Algo de novo na praça

São Paulo/SP – Não é preciso muito tempo ao volante para notar o óbvio apelo da Spin junto aos taxistas. Nas ruas da capital paulista, foram eles que mais torceram o pescoço para espiar o novo modelo da Chevrolet. Afinal, a Spin herda a longa tradição da marca como fabricante de bons carros para o transporte de passageiros. Modelos como Astra, Vectra, Zafira e Meriva fizeram longas carreiras como favoritos das frotas de taxis. E, para fazer jus a tal linhagem, o principal atributo do Spin é o porta-malas. Em qualquer versão e com qualquer configuração de bancos, a Spin conta com um imenso espaço para bagagens. Rebater e levantar os bancos também não é uma tarefa difícil. Basta puxar uma alça e empurrar levemente o assento.

Os acessos são bons, facilitados pelas portas amplas e com grandes ângulos de abertura. Entrar na terceira fileira requer algum contorcionismo – melhor deixar tal tarefa para as crianças.O problema é a impressão de que a GM tirou um pouco do espaço dos passageiros para deixar mais para a bagagem. Não é que Spin seja apertada, mas para um carro familiar, falta um pouco mais de área para os passageiros. Na segunda fileira cabem no máximo dois adultos e uma criança. E qualquer um com mais de 1,80 m de altura acaba roçando as pernas nos bancos da frente. O acabamento, dentro da proposta do modelo, é mediano e sem grande pompa. Foram usados na grande maioria dos revestimentos plásticos rígidos, mas os encaixes são precisos. As portas recebem uma pequena parte de tecido igual ao dos bancos.


Em movimento, a Spin desperta poucas emoções. A versão testada foi a LTZ – que deve responder por metade das 3 mil vendas mensais que a GM projeta –, com o câmbio automático de seis velocidades. Com três pessoas a bordo, qualquer manobra de ultrapassagem precisa ser bem calculada. O motor 1.8 demora a ganhar giros e mesmo assim, exibe força apenas correta para movimentar um veículo familiar deste porte. A transmissão também parece não se dar muito bem com o propulsor. Na hora das retomadas, com pisadas fundas, o sistema parece indeciso entre reduzir uma ou duas marchas, o que significa perda de tempo no processo. Além disso, eleva demais as rotações, inclusive para próximo do limite de giros. Em situações normais, ao menos, o isolamento acústico é elogiável. Mesmo assim, a marca espera que 20% das Spin comercializadas sejam com esse tipo de transmissão.

A suspensão é calibrada para ser confortável e também para conseguir aguentar o peso dos possíveis sete ocupantes. Ao passar por buracos, o conjunto absorve boa parte dos solavancos e mantém tudo em ordem no interior. Nas curvas, no entanto, a carroceria rola consideravelmente. E quando a frente escapa um pouco, basta reduzir a aceleração para trazer o modelo de volta à trajetória correta. Algo esperado em um carro desta categoria.

A Spin também tenta agradar no bolso. A LT básica sai por R$ 44.590 e pode alcançar os R$ 49.690 com todos os opcionais e o câmbio automático. Na de sete lugares, a LTZ, o preço é de R$ 50.990 e chega a R$ 54.690 na versão automática. Algo importante para manter o prestígio da GM na praça, junto aos taxistas – que ainda contam com generosos benefícios tributários para adquirir qualquer automóvel nacional. Se a nova minivan da Chevrolet cair mesmo no gosto dos taxistas, só a substituição das imensas frotas de Zafiras e Merivas já poderá render ótimos negócios para a marca.



Ficha técnica

Chevrolet Spin LT (LTZ)

Motor: 1.796 cm3, bicombustível, quatro cilindros em linha, dianteiro, longitudinal , duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Injeção multiponto sequencial e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece câmbio automático de seis velocidades como opcional.
Potência máxima: 108 cv e 106 cv a 5.400 rpm com etanol e gasolina.
Torque máximo: 17,1 kgfm e 16,4 kgfm a 3.200 rpm com etanol e gasolina.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 10,6 e 11,1 segundos (11,9 e 12,0 segundos com transmissão automática).
Velocidade máxima: 173 e 172 km/h (168 km/h e 167 km/h com câmbio automático).
Diâmetro e curso: 80,5 mm X 88,2 mm. Taxa de compressão: 10,5:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores telescópicos pressurizados e barra estabilizadora. Traseira semi-independente por eixo de torção, barra estabilizadora, molas helicoidais e amortecedores pressurizados.
Carroceria: Monovolume em monobloco com quatro portas e cinco (sete) lugares. Com 4,36 metros de comprimento, 1,73 m de largura, 1,66 m de altura e 2,62 m de distância entre-eixos.
Peso: 1.202 kg (1.255 kg).
Capacidade do porta-malas: 710 litros ou 1.668 litros com os bancos rebaixados.
Tanque de combustível: 52 litros.
Produção: São Caetano do Sul, São Paulo.
Lançamento: 2012.
Itens de série:
LT: Ar-condicionado, direção hidráulica, ABS, EBD, airbag duplo, vidros e travas elétricas, ajuste de altura do banco do motorista e rodas de 15 polegadas.
LTZ: Adiciona rádio/CD/MP3/Bluetooth, computador de bordo, sensor de estacionamento e rack de teto.




Por: Rodrigo Machado /Autopress / Fonte: MotorDream



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