terça-feira, 3 de julho de 2012

Teste: Ford Ranger Limited 3.2 manual 2013

Nova geração está 'anos-luz' à frente da antecessora, mas teste foi curto. Motor forte é casado com câmbio que pede habilidade no primeiro contato



O ano de 2012 ainda guarda uma boa dose de lançamentos para o segundo semestre, mas entre as picapes médias não há mais nada a esperar. Com L200, Hilux e Frontier discretamente atualizadas; Amarok com o tão esperado câmbio automático; e S10 transformada em um novo carro, a Ranger - que chega em agosto ao Brasil - encerra o ciclo de novidades num segmento largado nos últimos anos, mas que de repente passou a bombar.

Se a GM recorreu à engenharia da Tailândia para desenvolver a nova S10, a Ford acionou a sucursal australiana para criar sua picape média, agora global. Segundo a montadora norte-americana, foram investidos US$ 1,1 bilhão para que plataforma, transmissões, motores interior e design fossem totalmente distintos – nem mesmo os parafusos são os mesmos, diz a marca. Veja: Ford lança Nova Ranger 2013 - Confira todas as versões.

O objetivo de qualquer picape média atualmente é se aproximar de um carro quando o assunto é interior e dirigibilidade. E a Ranger não é exceção.


Primeiras (e curtas) impressões

A Ford promoveu um (mal elaborado) teste da nova Ranger em Salta, no interior da Argentina. Avaliamos a nova picape por cerca de 80 km, mas só 20 deles como motorista – e, pior, apenas num trecho off-road, sem experimentar como condutor condições de asfalto, seja em rodovias ou perímetros urbanos.

A primeira experiência foi no lugar do passageiro dianteiro, que deixou boas impressões. Os bancos são confortáveis como na maioria dos Ford, a operação do rádio e do ar-condicionado bizona é simples e o espaço é satisfatório – mesmo após o passageiro de trás ter solicitado que o banco dianteiro fosse movido para frente.

Tal pedido sugeriu que o espaço traseiro poderia ser escasso, mas nos 20 km seguintes como ocupante da segunda fileira foi possível notar que a Ranger é diferente nesse ponto: há razoável espaço para as pernas, o assento é mais alto do que o comum e o encosto é mais inclinado do que nas concorrentes. Não chega, no entanto, a ter o conforto de sedã que a marca tenta emplacar.


O acabamento mostra que a união entre materiais simples, bom gosto e qualidade de construção pode ser uma realidade.

A única versão oferecida para o teste era equipada com motor 3.2 (diesel) e câmbio manual. Curiosamente, tratava-se de uma Limited, que não será vendida no Brasil – por aqui, apenas a versão XLT traz a combinação motor 3.2 e câmbio manual.

A posição de guiar, essa sim, pode se assemelhar mais à de um sedã, com destaques para o volante de boa empunhadura e o painel, que esbanja bom gosto e clareza nas informações. A alavanca de câmbio à mão do motorista completa as boas notícias em relação à ergonomia.


O circuito off-road era formado por subidas com elevado grau de inclinação, vencidos com facilidade; descidas onde o controle automático de velocidade em descidas segurou a picape com habilidade; e um córrego atravessado sem dificuldades. A impressão é que era possível exigir mais da picape.

Quanto a motor e câmbio, o primeiro mostra força em baixas rotações e – ao menos da visão de passageiro – vai bem em altas; enquanto o segundo tem engates que exigem certa paciência nos primeiros quilômetros, mas melhoram com o tempo. São mais agradáveis do que os de S10 e Frontier, mas ficam longe da precisão do da Amarok.

O primeiro contato com a Ranger deixa a suspeita de que o segmento de picapes médias tem ela e a Amarok num patamar superior de qualidade de construção e dirigibilidade – e que sua antecessora ficou anos-luz no passado. A confirmação virá num futuro contato mais extenso.






Por: Rodrigo Mora / De Salta, Argentina - o jornalista viajou a convite da Ford
Fonte: G1.Globo.com