domingo, 1 de julho de 2012

Avaliação: Novo BMW Série 3 no Brasil

Sexta geração do sedã traz um nível diferenciado de conforto e motorização por R$ 171.400



Proprietários de BMW, daqueles que defendem as cores da marca com unhas e dentes, sabem muito bem que o prazo de validade dos carros da marca, do início de sua produção a descontinuação, é de exatos sete anos com direito ainda a um facelift no meio do caminho. Ou seja, desavisados que compraram um Série 3 no mês passado já estão com um (caro) veículo defasado na garagem tamanho é o grau de evolução na nova geração do sedã.

Esse salto evolutivo vem sendo a tônica dos novos automóveis da BMW, que estão passando de veículos de luxo apenas tradicionais para máquinas muito mais refinadas no que diz respeito a conforto, dirigibilidade e tecnologia. Os novos X3 e Série 1 que o digam: ambos viraram referências em suas categorias. O mesmo agora ocorre na mudança de linha do Série 3, que chega à sexta geração trazendo o que a marca já fez de melhor em sua história.

E alterar as características desse produto não é nada fácil, afinal é o carro mais rentável da marca alemã no mundo – no Brasil o X1 lidera à frente do sedã. Por isso, todo cuidado é pouco nesse processo, pois o padrão de qualidade da BMW não aprova algo abaixo do “surpreendente”.


Visual elegante, conteúdo moderno

Se antes o sedã possuía uma “pegada” mais esportiva, com para-choques e capô com desenhos “musculosos”, o novo Série 3 tende para o lado “executivo” ao adotar um visual mais comportado e frio, sem grande ressaltos de lataria ou penduricalhos cromados. Na frente, os faróis foram redesenhados, ficando mais afunilados, e a grade em duplo rim foi levemente esticada. A traseira muda menos, com destaque apenas para as novas lanternas com LEDs.

O interior, em contrapartida a atualização externa, muda bastante. Essa parte, aliás, era um dos pontos fracos da geração passada do Série 3 que, apesar da fleuma luxuosa, ainda trazia um acabamento sem graça na cabine, para não dizer pobre, já que estamos falando de um automóvel de luxo. A mudança tornou o habitáculo não só mais bonito, como também mais inteligente, envolvente e, sobretudo, moderno. O painel ganhou até uma tela de LCD e sistema head-up display, um quadro de instrumentos holográfico projetado no parabrisa. Outro destaque é o BMW Online, onde o condutor e passageiro podem acessar a internet a partir de uma interface presente no próprio carro e baixar aplicativos, como Facebook e Google.



A lista de itens – no 328i – inclui ainda 8 airbags, controles eletrônicos de tração e estabilidade, bancos com ajuste elétrico e aquecimento, ar-condicionado dual zone e o sistema iDrive de entretenimento e auxílio, que contempla GPS, áudio, entradas auxiliares e até televisão.

Persiste ainda, porém, os problemas com espaço. Embora a marca afirme ter aumentado o comprimento, largura e distância entre-eixos do sedã, o aperto no banco traseiro continua. É bem difícil levar três adultos, mesmo de estatura média, nesse banco. Motorista e passageiro, por outro lado, viajam muito bem e a capacidade do porta-malas subiu ligeiramente e leva 480 litros – a linha anterior carregava 450 l. Outra ressalva, em tempos de recursos avançados, é a insistência da BMW no freio de estacionamento manual quando os concorrentes já contam com sistema elétrico e até automático (o novo Audi A4 é um exemplo).


Acelerando o futuro

O iG Carros provou a versão intermediária 328i, que passa a ocupar o posto do modelo 325i, descontinuado. E que beleza de automóvel. Tem vigor e para acelerar como um esportivo e uma suspensão com respostas muito suaves e precisas, mesmo andando no decrépito asfalto brasileiro. A geração anterior sofria com essa parte.

O motor do 328i é da nova safra da BMW, que esta focada no downsizing, a onda por motores menores e mais eficientes. Trata-se de um bloco 2.0 litros de alumínio equipado com um moderno sistema de injeção de gasolina, que pulveriza o combustível na câmara de forma computadorizada (portanto mais preciso e eficiente), e o sistema TwinPower, que são dois turbocompressores – um para baixa e outro para médias e altas rotações.


O 328i dispõe de 245 cv e 35,9 kgfm de torque máximo a partir de meras 1.250 rpm e disponível desta forma até 4.800 rpm. Ou seja, esse Série 3 conta com força total a praticamente todo momento que se pisa no acelerador. Melhor ainda quando essa propulsão é “organizada” por um câmbio automático de 8 marchas, que permite ao motor trabalhar em rotações baixas em alta velocidade. A 120 km/h, por exemplo, o conta-giros fica nos 2.000 rpm. E aí que está um dos segredos para o baixo consumo. Segundo a marca, esse modelo percorre em média (na cidade e estrada) 15,6 km por litro de gasolina consumido. É um número e tanto para um sedã com mais de 240 cavalos e 1.430 kg de massa. Vale lembrar também que a novidade também traz sistema Auto Stop/Start, que desliga o motor automaticamente em paradas curtas para poupar gasolina.

Todo esse comportamento passivo do novo Série 3 com consumo não quer dizer que ele seja “pacato” quando o assunto é acelerar. O modelo faz isso com desenvoltura e segurança. De acordo com a marca, o 328i vai do 0 aos 100 km/h em 5,9 segundos e atinge até 250 km/h. Precisa de mais?


Fechando a conta

Para fazer bonito e marcar o terreno, a BMW vai iniciar a divulgação do novo Série 3 com a versão intermediária 328i e o modelo top de linha 335i, que tem motor de 306 cv. E, para alegria do abastado público da BMW, o sedã está mais barato: o primeiro começa em 171.400, enquanto a série de topo parte de R$ 294.950 (sem opcionais). Já a série “pé de boi” 320i por sem mais simples, menos potente e possuir menor conteúdo chega apenas em agosto com valor abaixo de R$ 130.000, conforme adiantou a marca.

Revigorado, o novo Série 3, ao lado do Audi A4, é uma das opções mais avançadas de sua categoria. Mas é bom lembrar que os engenheiros da BMW trabalham duro todos dias para daqui sete anos esse carro ficar novamente defasado.

Dados técnicos

Preço: R$ 171.400
Capacidade: 5 passageiros
Velocidade máxima: 250 km/h
0 a 100 km/h: 5,9 s
Consumo urbano: 12,1 km/l
Potência: 245 cv
Torque: 36,5 kgfm
Porta-malas: 480 litros




Por: Thiago Vinholes / Fonte: Carros iG

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