Com os frequentes adiamentos do
anúncio do chamado “novo acordo automotivo” do Governo Federal, pelo menos R$
4,2 bilhões em investimentos que poderiam ter sido aplicados no Brasil estão
parados nas gavetas das montadoras estrangeiras. O nome entre aspas se refere a
um novo pacote de regras, que terá o objetivo de regular a comercialização,
importação e produção de veículos no Brasil. Já os números estão baseados num
levantamento feito pela reportagem do Carsale, onde foram somados os montantes
anunciados no ano passado pelas empresas que já divulgaram projetos para a
construção de fábricas no país.
Até o momento, são 10 empresas com projetos parados, adiados ou com risco de serem cancelados, caso as novas regras com estímulos ao setor não saiam imediatamente do papel. São elas: BMW, Land Rover, Mazda, Suzuki, Mitsubishi, Brilliance, BYD, Chery, Lifan e JAC Motors. E a principal dúvida delas são quais serão os benefícios a serem concedidos para as importadoras que pretendem instalar uma unidade produtiva no país. “É impossível uma empresa, que queira construir uma fábrica no Brasil, já começar com os 65% de nacionalização exigidos pelo Governo. O ideal é que esse processo seja gradativo. Assim, a empresa consegue se enquadrar de uma maneira mais fácil”, afirmou o presidente da JAC Motors do Brasil, Sérgio Habib.
Até o momento, são 10 empresas com projetos parados, adiados ou com risco de serem cancelados, caso as novas regras com estímulos ao setor não saiam imediatamente do papel. São elas: BMW, Land Rover, Mazda, Suzuki, Mitsubishi, Brilliance, BYD, Chery, Lifan e JAC Motors. E a principal dúvida delas são quais serão os benefícios a serem concedidos para as importadoras que pretendem instalar uma unidade produtiva no país. “É impossível uma empresa, que queira construir uma fábrica no Brasil, já começar com os 65% de nacionalização exigidos pelo Governo. O ideal é que esse processo seja gradativo. Assim, a empresa consegue se enquadrar de uma maneira mais fácil”, afirmou o presidente da JAC Motors do Brasil, Sérgio Habib.
O problema todo
surgiu no final de setembro do ano passado, quando de surpresa o Ministério da
Fazenda, em conjunto com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, divulgaram um decreto automotivo. A medida aumentou o Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) em 30 pontos percentuais só para os veículos
importados. Com esse cenário, diversas montadoras estrangeiras resolveram
antecipar seus planos de instalar uma unidade fabril no país, visando fugir da
nova alíquota.
“Fomos pegos de surpresa naquela situação em que o Governo mudou a regra no meio do jogo, sem um prazo cabível para nos enquadrarmos. Agora, aguardamos o novo acordo automotivo, que promete definir os parâmetros para quem deseja investir no mercado brasileiro no futuro. Porém, quanto mais o tempo passa e o anúncio atrasa, mais o nosso futuro fica complicado”, disse o presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), José Luiz Gandini.
“Fomos pegos de surpresa naquela situação em que o Governo mudou a regra no meio do jogo, sem um prazo cabível para nos enquadrarmos. Agora, aguardamos o novo acordo automotivo, que promete definir os parâmetros para quem deseja investir no mercado brasileiro no futuro. Porém, quanto mais o tempo passa e o anúncio atrasa, mais o nosso futuro fica complicado”, disse o presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), José Luiz Gandini.
Quais são os
investimentos
Entre as dez empresas
citadas, quatro estão com as cifras confirmadas. A JAC Motors, por exemplo,
anunciou um montante de R$ 900 milhões para a construção da fábrica na cidade de
Camaçari (BA). Em entrevista a um telejornal da Rede Bandeirantes de Televisão,
o chefão da marca garantiu que os planos podem ser adiados, caso o novo acordo
automotivo demore a sair. “Estavam falando que desistimos de construir a fábrica
e isso não procede. O que ocorre é que, como já falei várias vezes, é impossível
ter uma fábrica no Brasil com o nível de nacionalização exigido. Então estamos
aguardando para dar sequência ao projeto”, contou Sérgio
Habib.
Os outros investimentos
confirmados são da Chery, em torno de R$ 700 milhões, para a construção de uma
unidade na cidade de Salto (SP); da Suzuki (em Itumbiara, Goiás), R$ 100
milhões; e da Mitsubishi (em Catalão, Goiás), R$ 1 bilhão. Mazda, BMW, Land
Rover, BYD e Brilliance ainda estão definindo os valores, que somados,
atingiriam a casa de R$ 1,3 bilhão.
O
futuro
Além das montadoras estrangeiras, a chamada “indústria nacional”, que são as empresas que já possuem fábricas instaladas no Brasil, também divulgou novos investimentos para o país. Somados aos valores citados acima, o montante rompe a barreira dos R$ 30 bilhões. Mas, será que o surgimento de tantas novas unidades de produção poderá alterar o cenário da política industrial do país?
De acordo com o especialista em economia industrial e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Rodrigo Leandro de Moura, será difícil uma alteração muito radical, caso o Governo Federal não crie novos pacotes de incentivos ao desenvolvimento de pesquisas e inovação tecnológica. “Fornecer apenas incentivos fiscais é algo muito pequeno. Para alterar a política industrial do país, principalmente no setor automotivo, há a necessidade de novas políticas que incentivem desde a pequena fábrica de autopeças, até o investimento em inovação e pesquisa por parte das grandes montadoras”, afirma.
Outro ponto levantado por Moura é a questão da falta de infraestrutura. “O custo de se produzir no Brasil ainda é altíssimo. E não falamos apenas da carga tributária. Outros pontos, como logística, transporte e custo com mão-de-obra entram na lista de ônus para as empresas que investem em produção local”, explica o professor.
Polêmica
Ainda segundo Rodrigo de Moura, diferentemente do que muitos pensam, a chegada de novas unidades industriais, principalmente de empresas que hoje atuam como importadoras, está relacionada com a alta margem de lucro conquistada no mercado brasileiro.“Muitos estão falando que as chinesas e coreanas estão anunciando fábricas por causa do aumento do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados], porém isso não é verdade. Elas podem até utilizar esse argumento, mas o planejamento para instalar uma unidade de produção é algo que leva tempo. O que realmente está na mira dessas empresas é o alto lucro conquistado pelas montadoras que já atuam por aqui”, diz.
Ainda segundo Rodrigo de Moura, diferentemente do que muitos pensam, a chegada de novas unidades industriais, principalmente de empresas que hoje atuam como importadoras, está relacionada com a alta margem de lucro conquistada no mercado brasileiro.“Muitos estão falando que as chinesas e coreanas estão anunciando fábricas por causa do aumento do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados], porém isso não é verdade. Elas podem até utilizar esse argumento, mas o planejamento para instalar uma unidade de produção é algo que leva tempo. O que realmente está na mira dessas empresas é o alto lucro conquistado pelas montadoras que já atuam por aqui”, diz.
Fonte disponível no(a): Carsale.uol.com.br
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