sábado, 23 de junho de 2012

Crescimento nas vendas de automóveis é reflexo das medidas do governo

 Redução do IPI e maior facilidade de crédito são principais responsáveis por alta na primeira quinzena de junho


As vendas de automóveis e comerciais leves tiveram crescimento de 19,24% na primeira quinzena de junho, se comparadas às da primeira quinzena de maio. Já em relação ao mesmo período de 2011, a alta foi ainda maior, de 23,91%, segundo dados divulgados pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Em entrevista ao site IG Carros, o presidente da entidade, Flávio Meneghetti, afirmou que o bom desempenho é resultado direto das medidas do governo, de reduzir o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), aliado à redução do spread bancário, o incremento no ritmo de aprovação de crédito – a média de aprovação subiu de 30% para 50% a 55% -, além da redução da margem das montadoras e da rede de distribuição. Nos primeiros quinze dias do mês, foram emplacados 175.659 automóveis e comerciais leves. “A média diária de emplacamentos foi de 15.920 unidades, enquanto a de maio foi de 12.500, mas precisamos levar em conta que muitos dos emplacamentos realizados neste mês foram de carros vendidos ainda em maio, depois do anúncio das medidas”, avaliou Meneghetti.

Na opinião de Paulo Roberto Garbossa, diretor da consultoria ADK Automotive, houve uma corrida às concessionárias no fim de maio. “Além da redução do IPI, as montadoras também deram descontos nos preços dos carros zero-quilômetro e realizaram feirões. Comprar ficou mais fácil não só por causa dos valores, mas também por conta dos prazos de financiamento.”

Francisco Satkunas, consultor automobilístico e conselheiro da SAE (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), acredita que esse salto nas vendas pode ser uma bolha momentânea. “Quando os consumidores deixaram de comprar carros, eles não deixaram de desejar a compra, simplesmente decidiram esperar. Com a redução dos impostos por período determinado, eles aproveitaram a oportunidade para comprar”, analisou.

Diante do quadro atual, Satkunas aponta que, neste ano, o mercado deve crescer cerca de 3% em relação ao ano passado. “Se houver um crescimento sustentável, entre 2% e 3%, será muito positivo, pois já será em cima de um volume expressivo.”

Em relação ao mercado de usados, Meneghetti afirmou que a principal preocupação é em relação ao crédito. “Os estoques de usados continuam altos. Os novos têm subsídios das montadoras e de seus bancos para taxas de juros, mas os usados têm taxas de mercado. Precisamos avaliar como essa situação vai ficar após 30 dias das medidas adotadas pelo governo”, ressaltou.

Fonte: Carros.iG


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