sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Entrevista: Diretora de marketing da Citroën fala da importância do DS3 no Brasil

Em entrevista exclusiva, Nivea Ferradosa dá detalhes sobre a importância do DS3 para a imagem da marca no Brasil

A Citroën chegou ao Brasil em 1991, um ano depois da liberação da importação de veículo para o Brasil. Em 1999, quando decidiu fincar raízes com a construção de uma unidade industrial em Porto Real, no Rio de Janeiro, a marca francesa decidiu manter a imagem de fabricante de carros refinados que já havia conquistado no Brasil. A sensibilidade feminina de Nivea Ferradosa parece ter casado muito bem com a proposta. Com experiência no departamento de marketing de empresas como Volkswagen, Jaguar e Honda, Nivea já integrava a equipe da Citroën havia dois anos quando foi convocada para ser a diretora-geral de marketing da marca, em 2000. Agora, seu foco é articular a chegada da linha premium DS ao Brasil.

O hatch compacto DS3 é o primeiro da fila, com lançamento previsto para o segundo bimestre deste ano. Nivea ainda desconversa sobre a vinda dos outros dois integrantes da gama, o médio DS4 e o crossover DS5. Por enquanto, ela quer explorar o potencial do modelo menor, lançado na Europa em 2009 com base na plataforma do C3. Para associar o visual estiloso e carismático do DS3 com as mais recentes tendências da moda, a marca francesa apresentou o modelo durante a 32ª edição da São Paulo Fashion Week. E ainda prepara a abertura do espaço-conceito Citroën Oscar Freire, em São Paulo, um centro cultural inspirado no célebre C42, localizado na famosa Avenida Champs-Élysées, em Paris. O local foi uma concessionária da marca inaugurada em 1927 e se tornou, em 2007, um inovador showroom que recebe 1,5 milhão de visitantes por ano.
 

Desde que foi lançado na Europa, em 2009, o DS3 já ganhou diversas edições especiais criadas por grandes estilistas. Isso influenciou na decisão de apresentar oficialmente o modelo durante a São Paulo Fashion Week?A essência do DS3 está muito conectada ao universo fashion. O consumidor pode personalizar o modelo com a sua cara, escolhendo a cor do teto e do retrovisor, por exemplo. Além disso, a própria Citroën está ligada à moda. Por isso, o lançamento do C3 brasileiro ocorreu na SPFW de 2003. É uma forma de mostrar que a nossa marca se preocupa com o design e com o estilo dos produtos. Lançar o DS3 durante o evento também reforça esse apelo estético. Isso também estará presente no espaço-conceito que vamos abrir no segundo bimestre, localizado entre as ruas Oscar Freire e Consolação, em São Paulo. Assim como o C42 que a Citroën mantém na Champs-Élysées, em Paris, será um espaço dedicado à atividade cultural, além de difundir os conceitos que norteiam nossa filosofia de trabalho.De que forma?
O espaço não será destinado apenas aos clientes da Citroën. Ter um ambiente como esse em uma das mais importantes vias de São Paulo dá notoriedade à marca. As pessoas poderão frequentar o local para tomar um café, ler um livro ou conferir os cursos, exposições e apresentações musicais que farão parte da programação. Queremos organizar sessões com filmes franceses que mostrem carros da Citroën ao longo da projeção. É uma forma de divulgar a cultura francesa e também de mostrar que a marca tem muita história. Mesmo que o frequentador não vá comprar um carro do nosso portfólio, sairá do espaço com outra ideia sobre a Citroën.



Qual é a importância desse contato com o consumidor?Temos mais de 240 mil usuários relacionados em nossa página do Facebook. A Citroën é a marca atuante no mercado brasileiro com mais fãs nessa rede social, mesmo detendo apenas 2,63% de participação em 2011. Ou seja, essa interação cria uma relação de admiração e fidelização pela marca muito importante. O espaço-conceito da Oscar Freire não vai expor todos os modelos que estão disponíveis em nossas concessionárias. Em compensação, mostrará conceitos e carros históricos que contribuirão para que esse entusiasmo pela marca cresça ainda mais. O espaço funcionará durante todo o ano de 2012 e nosso desafio é conseguir mantê-lo sempre cheio durante esse período.

Como vocês irão trabalhar com a linha DS, muito mais luxuosa e sofisticada que outros modelos da marca?
Nós atendemos todos os clientes da mesma forma, seja aquele interessado no compacto C3 ou aquele que quer adquirir um médio-grande C5. Mas, por causa da proposta diferenciada, a linha DS terá um espaço específico em nossas concessionárias. Afinal, é um carro diferente de nossos outros modelos, com outro nível de conforto e requinte. Queremos atrair um público que também tem interesse por compactos como Audi A1 e Mini Cooper. Apesar da característica da customização, o DS3 não irá atrair apenas as mulheres. O público masculino certamente se entusiasmará com o desempenho do motor 1.6 litro turbo com 157 cv.
A Citroën já trabalha com alguma perspectiva de venda? Há o risco de o DS3 se tornar apenas um carro de imagem e encalhar nas revendas?
A principal missão do DS3 é incrementar a imagem da Citroën no Brasil. Mas a medida que aumentou o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em até 30 pontos percentuais para veículos importados nos pegou no meio do caminho. Chegamos a cogitar o cancelamento da vinda do modelo, mas a Citroën resolveu arriscar. A SPFW já serviu como um termômetro, e pudemos perceber que o carro teve ótima aceitação entre o público presente. Mas pode ser só a empolgação do momento, então os primeiros meses de venda é que servirão realmente para avaliar o desempenho comercial do compacto. Por enquanto, a Citroën não trabalha com estimativa de volume. É preciso esperar a chegada do DS3 nas concessionárias para medir seu potencial de vendas.



Fonte disponível no(a): MotorDream.uol.com.br

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